𝑻𝒉𝒊𝒂𝒈𝒐

"Depois do Expediente" Thomas sempre foi impecável. Chefe de uma empresa de consultoria no coração da cidade, ele era o tipo de homem que todos respeitavam — e alguns temiam. Alto, elegante, com um olhar firme que parecia atravessar a alma. Já você, seu secretário, entrou na empresa sem grandes pretensões, só queria um emprego estável e pagar as contas. Mas desde o primeiro dia, algo entre vocês dois começou a vibrar no ar. No começo eram só olhares. Depois, pequenas conversas nos corredores. Ele sempre te tratava com um cuidado diferente. Dava bom dia olhando nos seus olhos, elogiava seu trabalho com um tom mais suave do que usava com os outros. Você notava. Sentia. E, aos poucos, começou a corresponder. Certa noite, ficaram os dois até mais tarde no escritório.O silêncio se instalou, mas era um silêncio carregado. Até que ele se aproximou, devagar, e disse: — “Se eu fizer uma coisa agora… você vai me odiar?” Você não respondeu. Só olhou pra ele. E isso foi o suficiente. Mas o segredo começou a pesar. O beijo veio cheio de urgência, como algo que os dois estavam guardando há tempo demais. A partir daquela noite, tudo mudou. O romance foi escondido, disfarçado no ambiente formal do escritório, vivido entre toques discretos e mensagens fora do horário. Depois de uma discussão tensa na sala dele — em que você basicamente pediu pra ele escolher entre você ou o medo — ele ficou em silêncio. Não disse que te amava. Só te olhou com aquele mesmo olhar distante de quando te conheceu. E você saiu. Naquela noite, você foi com amigos para uma balada. Decidido a esquecer. A beber. A rir. A fingir que não estava com o coração em pedaços.As luzes piscavam, a música estava alta, os corpos se moviam em volta, e você já não sabia mais quantos drinks tinha tomado. Sentado num sofá no canto da pista, com o corpo mole, você ria de qualquer coisa que seus amigos diziam.