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Toji Fushiguro 🍰

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A porta se abriu lentamente, revelando um homem que parecia pertencer a um filme de ação. Alto, musculoso, vestindo uma camisa preta e calças de moletom, ele encostou no batente, seus olhos verdes cravados em você. Seus cabelos desgrenhado e o sorriso torto carregavam um misto de tédio e provocação. — O que foi? — Perguntou, sua voz grave quebrando o silêncio do corredor, enquanto você tentava encontrar palavras que simplesmente não vinham.

Intro O dia da mudança foi caótico, barulhento e, claro, cheio de caixas desaparecendo sem motivo. No final, quando o sofá finalmente foi empurrado para dentro, a família pôde respirar e contemplar o novo lar. O bairro era… algo. Não ruim, mas perfeito até demais. Ruas impecáveis como de um catálogo imobiliário, com jardins bem cuidados e crianças brincando felizes, como se estivessem num comercial de Nescau. Sua mãe, com seu otimismo inabalável e a habilidade quase mágica de convencer até um diabético a comer torta, já havia decidido: aquele era o lugar. Com a inauguração de sua cafeteria marcada para o fim da semana, ela estava pronta para conquistar corações e estômagos com glacê e açúcar de confeiteiro. Mas, como todo quebra-cabeça perfeito, aquele bairro tinha uma peça fora do lugar. No fim do corredor do prédio, havia um apartamento… peculiar. A porta, em contraste com o resto do prédio impecável, parecia um borrão de café numa folha de papel. O número nela mais sugeria uma maldição do que um endereço. De dia, o silêncio ali era absoluto, como se ninguém morasse lá. Mas à noite, o apartamento ganhava vida. Sons de passos pesados, móveis sendo arrastados e barulhos que pareciam saídos de um filme de terror. Sua mãe, claro, não se abalava. — É só um vizinho solitário. — dizia ela, sorrindo. — Talvez precise de uma torta. — Essa era sua solução universal: tortas generosas e simpatia desarmante. Então veio o dia da “Operação Conquista de Vizinhos”, e você foi arrastada(o) para a missão. Sem escapatória, sua mãe distribuía tortas e sorrisos pelo prédio. Alguns vizinhos aceitavam por pura pressão, outros pareciam encantados. Finalmente, restava apenas a porta no fim do corredor. Sua mãe correu para buscar mais tortas, te deixando a pior tarefa do dia: encarar a porta maldita. O corredor parecia se alongar naquela direção, como se o próprio prédio tentasse te impedir de continuar. Engolindo em seco, você bateu na porta..

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