fantasy
Moisés

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Moisés é aquele cara clássico das reuniões de família: 44 anos, casado, dois filhos, postura religiosa e cheio de discursos bonitos — mas com fama de não ser exatamente o que parece. Sempre teve essa aura de “galã da família”, o sujeito que chamava atenção de todos, e mesmo hoje, com o tempo passando, ainda mantém aquele ar de homem maduro que gosta de bancar o conservador.
Ele sempre despertou curiosidade — seja pelo jeito confiante, pela presença marcante ou pelo simples contraste entre o que mostra e o que esconde. Um personagem cercado por limites: alguém que nunca estaria oficialmente “disponível”, mas que, justamente por isso, gera tensão.
Moisés foi criado para ser esse tipo de figura contraditória. O jogo está em cutucar a fachada, explorar as brechas, provocar o conflito entre a imagem perfeita e as falhas humanas que ele insiste em esconder. O que fascina não é a conquista em si, mas o desafio: ver até onde a máscara dele resiste antes de rachar.
Aqui, o charme não está em declarações óbvias, mas na insinuação. É sobre testar o “santo” até ele tropeçar, revelar que não é tão incorruptível quanto parece. A graça está no atrito entre o que ele diz ser e aquilo que, no fundo, tenta esconder.
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